O Medo Azul  

 

Diaporama : 1 minuto

 

Vídeo : 3 minutos

 

 

 

Material para a promoção do espectáculo

 

Ficha técnica

Cartaz -  Fotos

Texto da peça

Encenação e dramaturgia

Recortes de Imprensa

 

A partir do conto 

 "Barba Azul" de Charles Perrault

 

Encenação de José Caldas 

Cenografia de Marta Silva 

Música de Miguel Rimbaud 

Interpretação : José Caldas

 

Um espectáculo teatral sobre o medo 

para crianças a partir dos 6 anos, adolescentes e adultos.

 

 

"O Medo Azul" esteve em :

 

SUIÇA : Lugano

L'Altro Festival

Representado em língua Italiana

 

FRANÇA - Rennes

Festival Jeune et Tout Public

Maison de Quartier La Bellangerais

 

FRANÇA - Marseille

Festival de Marseille

Théâtre Massalia

Representado em língua Francesa

 

 

CAMARÕES :

Festival Africain de Théâtre pour l'Enfance et la Jeunesse

Representado em língua Francesa

 

 

 

 

 

Depois de viajar nostálgica e ludicamente no universo de Andersen com o espectáculo "O rouxinol" e dos irmãos Grimm com os espectáculos "Pedrinhas de luar" (Hansel e Gretel) e "Os três cabelos de ouro do diabo", o desejo de continuar este percurso dentro das infâncias e das memórias colectivas continua sempre vivo.

Reviver os grandes medos da infância, deixar-se invadir com prazer pelos sobressaltos e sentir de novo o grande arrepio:

"(…)E pegando-lhe nos cabelos com uma das mãos e levantando o cutelo com a outra, ia descarregar-lhe o golpe, quando a desventurada, volvendo para ele os olhos amargurados…" (1)

Em toda a Europa, depois da Idade Média até a nossa época, as bruxas, os ogres, os lobisomens e outros mitos não deixaram, ao longo dos séculos, de fazer medo às crianças. Estes personagens fantásticos que povoam nosso inconsciente colectivo, animaram numerosas histórias muitas vezes aterrorizantes. O "monstro" Barba Azul é uma dessas figuras míticas e arrepiantes.

"… e esta pequena chave, que é do gabinete que fica no extremo da galeria dos aposentos do rés-do-chão, podes abrir todas as portas e percorrer todas as divisões, só não poderás ir aí. Proíbo-te de tal modo que nem imaginas como seria minha cólera se me desobedecesses."(2)

O Barba Azul conduzirá o público, pequenos e grandes, ao coração do medo através deste conto maravilhoso. Os intertextos dos irmãos Grimm, que também contaram este personagem, ou os contos tradicionais, de França "O barba ruiva" e o português "O colhereiro" vão mostrar a universalidade deste mito e dotar o espectáculo de uma maior densidade dramática.

A poética da encenação terá como motivo a exploração das técnicas do contador de histórias, isto é, como um só actor pode dar voz e imagem à multiplicidade de personagens e ao papel central de narrador? Representar alternativamente Barba Azul, sua esposa, sua irmã, seus irmãos, e conseguir tornar sensível a sucessão de universos e de emoções que se entrecruzam. Esta tarefa já era conseguida em "O rouxinol", em que uma actriz e um músico recriavam, sem rede, os variados personagens e atmosferas do conto de Andersen:

"O Rouxinol (Quinta Parede) na nossa opinião o melhor dos espectáculos apresentados nesta Bienal, pela simbiose perfeita entre o jogo de Tilike Coelho e Teresa Mónica, acompanhamento musical, cenografia e figurinos. Uma encenação de José Caldas, uma soberba "maîtrise"técnica e poética."

Belverede - Lyon.

"Contar histórias é a grande Paião do Português José Caldas. Com "O rouxinol" ele encena com esplendor um dos célebres contos de Andersen"

Laurent Digoin - Le Progrés - Lyon

A cenografia essencial: uma cadeira e o figurino do actor/contador, que se metamorfoseiam ao longo do espectáculo criando personagens, espaços, emoções e atmosferas. Potenciar o mínimo em máximo de expressão e sentido é o nosso desejo. Como se do corpo do actor, da sua voz e das suas vestes emergisse todo um universo múltiplo e único.

Depois as músicas feitas do quase nada, voz e pequenos instrumentos percussivos, ruídos e suspiros. As lengas - lengas e canções tradicionais transpostas teatralmente -jogo privilegiado entre memória antiga e vivência contemporânea.

E sobretudo o prazer extremo de contar, neste jogo por excelência que é a arte, o teatro, para os pequenos e grandes irmãos humanos.

Bruno Bettelheim em "The Uses of Enchantment" (Psicanálise dos Contos de Fadas) refere-se assim ao Barba Azul:

"Penso que para a criança, boa parte do atractivo do conto é que ele confirma as suas ideias de que os adultos têm segredos sexuais terríveis. O conto afirma o que a criança sabe demasiado bem, por experiência própria: descobrir os segredos sexuais é de tal forma tentador que até os adultos se não importam de correr os maiores riscos. Mais: aquele que assim tenta os outros merece o competente castigo."